segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Compartilhar além das redes sociais

Por César Filho
Presidente do Projeto Bem Fazer

É fato que um grande número de pessoas acessa e domina o ambiente das redes sociais, seja para postar fotos, compartilhar pensamentos e difundir ideias. Um ambiente livre, onde todos observam e são observados. Diariamente, somos absorvidos por temas que pululam na tela do computador e que nos empurram a ações no cotidiano. Quem não curtiu hoje?
Embora muitas pessoas se retroalimentem de comentários e curtições nas mídias sociais, outras tantas as usam para contribuir e melhorar a vida das pessoas; coletivos urbanos promovem o engajamento social como forma de inclusão e ocupação de espaços públicos.
Aqui, no Parque Araxá, temos o exemplo de um coletivo, no caso o Projeto Bem Fazer, nascido no final de 2012, que se propõe a disseminar ideias que ajudem a construir uma cidade melhor.
No início deste ano, o Projeto Bem Fazer, juntamente com o jornal OLHO DE LINCE, tendo à frente seu editor Juracy Mendonça, propôs-se a criar um ambiente alternativo de valorização da cultura através da música, das letras e audiovisual, que recebeu a denominação de Espaço Cultural da Lagoa.
A necessidade de tal composição se deu pelo fato comum na promoção de mudanças em torno da lagoa do Porangabussu, que desde o ano passado vem sofrendo agressões e descaso por parte dos gestores públicos de nossa capital. O mais recente ultraje foi a remoção da cabine da Guarda Municipal que ficava às margens da lagoa. Tal medida deve-se ao completo abandono em que se encontrava o espaço, pois, fora outrora, relegado a banheiro público. Tal movimento comprova a inexistência de alternativas sustentáveis e socioambientais na prestação de serviços por parte do Poder Público, que prioriza o concreto e a ocupação de espaços verdes para consolidação dos seus projetos de poder.
A participação do Projeto Bem Fazer, como parceiro e apoiador da criação do Espaço Cultural da Lagoa, deve-se ao fato de que nossa composição tem como premissa a articulação e desenvolvimento de intervenções urbanas que gerem qualidade de vida, empoderamento social e gentileza.
Desenvolver ideias e práticas que possibilitem aos moradores uma visão mais participativa e coletiva de como devemos cuidar do bairro. A falta de cuidado e uma exacerbada relação de ganha-ganha, onde se valorizam o individual em detrimento do coletivo, tem contaminado nossa sociedade enquanto agente de desenvolvimento. Através do escritório de ações Bem Fazer, dentro do ambiente do Espaço Cultural da Lagoa, estaremos viabilizando intervenções urbanas que inspirem a melhoria das relações das pessoas com o próximo, bairro e a cidade.
No nosso entendimento, devemos fazer uma corrente permanente do bem, onde a composição comunidade + classe empresarial + poder público (agente outorgante) deverá marchar de forma coesa na obtenção de projetos e intervenções práticas. Por exemplo: zelar pela qualidade sanitária do entorno da lagoa do Porangabussu, atrações culturais, apresentações artísticas etc.
Não obstante, moradores e empresários devem e podem se alinhar em movimentos que mostrem agilidade, transparência e sustentabilidade em prol do bem comum. Enfim, nosso principal objetivo é fazer com que toda a comunidade possa ganhar o mundo através de ações nas redes sociais, e que nos tornemos instrumentos de pequenas e grandes mudanças dentro do grupo.
Vamos curtir juntos?
(Artigo a ser publicado na edição de fevereiro do jornal OLHO DE LINCE)

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